domingo, 22 de fevereiro de 2015

Mudanças

Picasso
Em nossas vidas, mudanças são algo natural. Desde que nascemos elas estão presentes, algumas sequer chegamos a perceber, de tão lenta e mansamente que vão se estabelecendo, enquanto outras nos abalam profundamente, seja pela rapidez ou pelo impacto que causam em nossas vidas. O fato é que fazem parte do curso natural de nossa história, tanto nas linhas que já traçamos quanto naquelas que estão por ser escritas.
 
O instinto do ser humano o coloca nessa estrada onde busca constantemente novos caminhos, novas experiências, novos sentimentos e a própria busca da descoberta da razão do ser. Essas mudanças nem sempre são positivas, mas com certeza todas elas possibilitam que nos conheçamos melhor, que percebamos que os instintos e nossos atos nem sempre são aquilo que precisamos ou que desejamos, levanto-nos muitas vezes por um caminho que escolhemos sem termos a perfeita consciência disto.
 
A humanidade sempre andou lado a lado com essas mudanças, e decorrem disto as grandes descobertas da ciência, o conhecimento da filosofia e tudo aquilo que conhecemos graças à vontade dos homens de buscar algo novo. Sem dúvida, muitas tragédias decorreram e decorrem desse mesmo ímpeto do ser humano, mas o problema nesses casos não está na descoberta em si, porém na condição moral das pessoas.
 
A evolução faz parte do nosso ser, o que precisamos é saber o que significa “evolução” e do que precisamos para isso? Talvez mais mudanças interiores e menos mudanças exteriores? Ou quem sabe o exercício contínuo da razão para saber o que descartar e o que valorizar? A busca das respostas aos nossos problemas também faz parte do desafio que as mudanças e que a evolução representa para nós. Que não nos percamos na escuridão que nós mesmos criamos.
 
Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês!
 
Frase pulsante da semana:  "Somos aquilo que fazemos, mas somos principalmente, aquilo que fazemos para mudar o que somos."(Eduardo Galeano)
 
Até a próxima segunda-feira!
 
Cérebro Que Pulsa

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Conhecimento e Sentimento

Carl Spitzweg
“Intelectualismo”: aquilo que está ligado à origem do conhecimento, que pode acontecer pelo pensamento e pela experiência. É um misto entre racionalismo e empirismo. “Racionalidade”: tornar reflexivo, empregando o raciocínio, ou estabelecer relação entre algo por meio de uma operação mental.
Não tenho aqui a menor pretensão de abordar qualquer os conceitos de qualquer doutrina, mas sim de realizar uma rápida proposta de reflexão sobre seu significado em nossas vidas. Sabemos da importância que a aquisição de conhecimento tem na vida do homem, abrindo-lhe um caminho que poderá conduzir quem sabe à sabedoria. Mas o fato da aquisição do conhecimento não nos garante qualquer tipo de avanço, nem mesmo em relação a nós mesmos, se não soubermos utilizá-lo de forma adequada. A capacidade de raciocinar, de pensar, de elaborar algum elemento novo, ou até mesmo de transformar algum elemento existente, é que dá significado ao conhecimento adquirido. Mas para que este significado se torne algo realmente valoroso, é preciso que a racionalidade esteja associada sempre ao sentimento, dando sentido humano a estes significados. É assim que ocorrem as verdadeiras conquistas do humanismo. O racionalismo levado ao excesso, a razão sem o sentimento, podem ser até mesmo frios e implacáveis.
A sociedade atual não carece de informação nem de conhecimento, mas talvez lhe falte a condição, e não a capacidade, de associá-la ao sentimento. Se temos a capacidade de realizar essa relação entre conhecimento e sentimento, por qual motivo isto não faz parte do nosso modo de agir e de pensar? Acredito que o homem se perdeu nesta caminhada desenfreada em busca do conhecimento em virtude de alguns valores que predominaram e ainda predominam na nossa educação, onde somos instigados a evoluir cada vez mais, gerando conhecimento a partir do conhecimento adquirido numa escala continuamente crescente. Com isto, não nos damos a condição de refletir, de utilizar o pensamento para associar o conhecimento adquirido ao sentimento e a tudo aquilo que dá significado à vida. É óbvio que o conhecimento possibilitou uma melhor qualidade de vida para as pessoas, no campo do materialismo, mas também é indiscutível que para uma quantidade maior do que essas, levou o desamparo, a miséria e a ausência de um horizonte em que depositar suas esperanças.
Talvez o homem não tenha percebido que em determinados momentos deveria parar, refletir e ajustar os passos de sua caminhada. O principal valor do conhecimento não é gerar novos conhecimentos, mas sim trazer significado à vida das pessoas, agregar conquistas ao humanismo, transformar-se em mais um elemento rumo à sabedoria. Mas cometendo os mesmos erros através dos séculos, continuamos o nosso aprendizado, o nosso caminho rumo à sabedoria, deparando-nos sempre com obstáculos que são inerentes à natureza humana. Mas é preciso ter fé de que a cada passo tenhamos aprendido com nossa própria trajetória, com nossos erros, despertando nossa consciência.
 
Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês!
 
Frase pulsante da semana: "Conhecimento auxilia por fora, mas só o amor socorre por dentro. Conhecimento vem, mas a sabedoria tarda." (Albert Einstein)
 
Até segunda-feira que vem!
 
Cérebro Que Pulsa
 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Compreensão e conhecimento

Paul Klee
Tudo que acontece em nosso mundo interpretamos a partir de um conjunto de conhecimentos e valores associados a nossa realidade, ao modo como vemos e compreendemos as coisas, e raramente esta regra da natureza humana é quebrada. Dentre as exceções que observamos, há aquelas que partem de pessoas que buscam compreender o outro não a partir de si mesmas, mas a partir do outro mesmo, buscando compreender como e onde o outro está inserido na realidade.
Essa visão do outro, não pelos nossos próprios valores, mas pelos valores do meio em que ele se encontra, nos possibilita uma maior capacidade de compreensão do seu mundo. Não necessariamente o compreenderemos, pois mesmo buscando entende-lo a partir de seus valores, talvez não sejamos capazes de “viver seu valores e conhecimentos”. Mas sem dúvida alguma é um grande passo na busca do entendimento e compreensão da humanidade. Parece simples, mas foram necessários até mesmo séculos se passarem para que este conceito pudesse se tornar uma forma de agirmos na busca do bem comum. Mesmo assim, trata-se de uma exceção, de algo diminuto na prática das relações sociais, bastando se olhar para o mundo, perceber os conflitos e todo sofrimento existente para ter a certeza de que ainda há muito a se fazer.
Quando pensamos em questões como estas é que percebemos que talvez o maior desafio do homem para viver em harmonia e paz seja a sua própria natureza. Talvez seja a natureza humana o maior obstáculo para que ele consiga viver feliz. Sempre está na natureza humana a origem dos problemas, conflitos e atalhos que desviam o homem do caminho da sua felicidade, de uma vida em harmonia e paz. Da mesma forma, é na natureza humana que encontramos a origem do bem que nos proporciona as realizações e conquistas humanísticas, a valorização do amor, da paz, da justiça e da irmandade. Eis novamente o grande desafio: o equilíbrio e a inteligência necessária para lidarmos de forma adequada com a própria natureza. Para tal, sem dúvida alguma é necessário continuarmos na busca contínua do conhecimento e de inteligência, para quem sabe balanceando este conjunto com valores morais e éticos chegarmos até a sabedoria. Não falo na sabedoria dos mestres, mas na sabedoria da vida; aquela que nos permitirá viver em maior harmonia, com menores injustiças e conflitos, com maior compreensão do próximo e de nós mesmos.
O conhecimento e a inteligência devem ser formados não apenas do que nós compreendemos, mas também daquilo que discordamos e que faz parte da verdade de outro. É a harmonia dos conhecimentos que nos revela os verdadeiros valores.
Lembremo-nos de quantos exemplos tivemos na história da humanidade de pessoas que por estarem a frente de seu tempo foram ridicularizadas, excluídas e até mesmo mortas por representarem um desafio a algumas verdades e instituições então estabelecidas como incontestáveis. Dentre eles, muitos foram reconhecidos como gênios e revolucionários após a sua morte, quando o mundo revelou que estavam certos. Adiante de seu tempo, foram vítimas da incompreensão e da intolerância, da natureza humana.
 
Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.
 
Frase pulsante da semana: "O aumento do conhecimento é como uma esfera dilatando-se no espaço: quanto maior a nossa compreensão, maior o nosso contato com o desconhecido." (Blaise Pascal)
 
Até a próxima segunda-feira!
 
Cérebro Que Pulsa

domingo, 25 de janeiro de 2015

Eu sou nós

Atualmente estamos vivendo num cenário já anunciado há algum tempo, mas que, numa demonstração de descaso, manifestando o individualismo e a falta de uma consciência social da maior parte das pessoas, acabou se aproximando mais rapidamente do que o previsto. Lembremo-nos que já faz algum tempo que ouvimos previsões referentes à escassez de um dos recursos naturais fundamentais para a sobrevivência do ser humano: a água. Mais do que previsões, foram muitos alertas recomendando a utilização inteligente e racional, aos quais a maior parte da população foi indiferente; continuamos lavando nossas calçadas, molhando as ruas para evitar a poeira e até mesmo não nos importando com vazamentos em nossas residências.
Até poucos dias atrás o indicativo de crise afetava apenas uma de nossas grandes cidades, mas passado o período eleitoral eis que vem à tona que mais duas estão enfrentando o mesmo problema, numa clara demonstração de que interesses políticos estão acima de qualquer valor. Se de um lado o poder público é ineficiente e incompetente, sem falar na ausência de ética e moral, de outro lado a população assiste a tudo de forma passiva. Atualmente a falta de água está relacionada mais à incapacidade de distribuição do que das reservas, numa clara demonstração de que os alertas nunca foram levados a sério por aqueles que conduzem o poder. O que nos resta? Tomada de consciência quanto ao uso do recurso, quanto ao modo de utilizarmos e principalmente deixarmos de assistir a todas as incompetências do poder público sentados no conforto de nossas casas.
Abordei aqui a questão da água, mas sempre que houver uma postura por parte das pessoas como se fossem apenas um indivíduo e não parte de um todo que se chama sociedade, estaremos caminhando por uma trilha que nos levará a situações difíceis. A realidade é o reflexo de como agimos e de como nos portamos diante das situações, é uma imagem do que criamos no nosso dia a dia. Sempre haverá tempo para reflexões e, principalmente ações adequadas. Este é o motivo de todo desequilíbrio existente entre os povos e as nações.

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.

Frase pulsante da semana: “Pensar é fácil. Agir é difícil. Agir de acordo com o que se pensa, é de todas a maior dificuldade.” (Goethe)

Até a próxima segunda-feira!

Cérebro Que Pulsa

sábado, 17 de janeiro de 2015

Ser e Compreender

Paul Klee
Vivemos em um mundo onde a cada dia surgem novos tipos de problemas, quase sempre interferindo no nosso modo de vida. Essas interferências passam por tantos sem serem percebidas, seja pela sua aparente insignificância no contexto social ou pela incapacidade de percepção de nossa parte. A dinâmica atual da sociedade em que vivemos, com um ritmo de vida alucinante, parece nos impor a falta de tempo. No entanto, é comum que as pessoas se deparem com uma realidade bem diferente quando conseguem perceber o mundo, quando conseguem olhar para dentro de si mesmos, quando conseguem escutar e conhecer a si próprios. Quando isto acontece, não raramente se percebe que o problema maior é a falta de compreensão das coisas.
Escutar e ouvir: aqui está uma grande diferença que é ignorada por muitos e que dificulta nossa relação com as pessoas e consequentemente com o mundo. Enquanto que “ouvir” está relacionado apenas à capacidade da audição e à ideia de “entender”, “escutar” significa “compreender”, e para compreender e gerar conhecimento é preciso prestar atenção, sentir e perceber, gerando a transformação. Esse gerar transformação não é superficial, é algo que envolve nosso ser por completo. Compreender exige atenção, questionamento e esforço em analisar para obter o verdadeiro entendimento sobre as coisas.
Observando o ambiente, prestando atenção em tudo que ocorre, observando as pessoas podemos nos questionar se o que fazem é realmente aquilo que precisam e se isso está contribuindo para a felicidade delas; se é uma opção ou um caminho que estão seguindo por algum outro motivo qualquer. É importante que consigamos sair da rotina de nossas vidas e olhar para dentro de nós mesmos, possibilitando que ao atingirmos a consciência sobre nós mesmos criemos novas perspectivas. Olhar para dentro não depende da capacidade de ver, mas sim da capacidade de saber escutar o nosso próprio eu e compreendê-lo. Para cuidarmos melhor dos outros e da nossa relação com o mundo, é preciso que nos preocupemos também em conhecermos a nós mesmos, mergulhando em nosso ser, fechando por algum tempo os ouvidos e os olhos para o mundo, tentando compreender quem e como somos. Isto nos possibilitará compreender e ver tudo com novas perspectivas. Como poderemos questionar o mundo com suas verdades, suas regras e seus valores se não conhecemos e compreendemos perfeitamente as nossas?
Lendo um livro, encontrei uma história simples, mas com uma mensagem valiosa, que divido aqui com vocês: de forma resumida, ela conta que um jardineiro espalhou aleatoriamente diversas sementes no solo; à medida que as sementes iam germinando, iam crescendo belas flores e também ervas daninhas, uma vez que não havia selecionado as sementes. O jardineiro observou o que acontecia e tranquilamente continuou a admirar o seu jardim, mesmo que outros lamentassem a presença das ervas daninhas. O jardineiro continuou com o seu jardim, regando com todo carinho e adubando as flores que, num processo natural foram florescendo com toda beleza, passando a ocupar todo espaço em que antes se viam as ervas daninhas. O cuidado e carinho dispensado pelo jardineiro às flores foram suficientes para que no seu jardim não se percebesse mais a presença das ervas daninhas.

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.

Frase pulsante da semana: "Educar é semear com sabedoria e colher com paciência." (Augusto Cury)

Até a próxima segunda-feira!

Cérebro Que Pulsa

sábado, 10 de janeiro de 2015

Fenômenos

Original de Kandinsky - em Brasília exposição no CCBB
Por: Janicce Ebeling

Há muito tempo estudo religiões, seitas, ou formas de expressões de divindades. Apesar de muitas divergências há um fato que as une que são os fenômenos.
Entre os estudos feitos há aqueles que veem como uma dadiva, outros um peso a carregar, a aqueles que citam o bem ou o mal e as escrituras, os poetas que não creem em bruxas mas afirmam que existem; a medicina fica em cima do muro,  e várias ideias surgem. Até para ganhar dinheiro. Mas o fato é que não gostamos de falar sobre fenômenos. É algo que talvez põe muitas pessoas a silenciar.
Mas essas forças ou energias, ou seja lá o que cada amigo e leitor queira qualificar, talvez realmente sirvam ou se voltem para a máxima do oráculo de Delphos: "Conheça-te a ti mesmo", ou seja o conhecimento de si mesmo. Há muito a ser discutido mas por hora levo o meu pensamento por esse viés. Então...
Esses fenômenos são capazes de abalar todos os sentidos do ser humano mas  poucos param para entender o porque de tais manifestações. Variadas são as linhas de pesquisa, mas geralmente a predominância basea-se em uma preeconcepção do que apreendemos; veemos e ouvimos. Onde cada país tem seu dogma. Uma coisa é certo a existência que temos e usufruímos sobre o céu e a terra não existe somente para admirarmos e sim para formularmos questões nítidas e precisas do porque e valor das coisas. 
Alguns são sacudidos de uma maneira sutil outros nem tanto. O mais interessante é a democracia nisso tudo; não existe cor, etnias, conhecimento e tão pouco valor financeiro. Todas as estruturas de intelectuo e razão que conhecemos são abaladas.

Talvez o conhecimento de si mesmo pode ser a chave do progresso individual. Esse progresso e supremacia em graus elevados dariam um sentido tão superior e natural que até a metafísica sería um poema compreendido.

Enquanto divago em meio a ideias que poderíam ser naturais.
Prosto-me em diante a verdadeira realidade onde lápis, borrachas e canetas são alvos de intolerância. 

Em meio a essas batalhas da idade média e os acontecimentos absurdos a que todos os dias estão a nos envolver os sentimentos; talvez o melhor que pode-se fazer é apelar clemência para algum grau de fenômenos que se dirijam  para a paz.

O conhecer-se a si mesmo pode ser a chave desses fenômenos a nos prostar o verdadeiro valor das coisas. E porque não de alguma forma nos apontar o futuro pessoal e coletivo.


Enfim... Coisas Que Penso Que Compartilho Com Vocês.

Frase Pulsante Da Semana: "Talvez seja este o aprendizado mais difícil: manter o movimento permanente, a renovação constante, a vida vivida como caminho e mudança." (H. Kuhner)

Até Final de semana que vem.
CérebroQuePulsa.