domingo, 8 de fevereiro de 2015

Conhecimento e Sentimento

Carl Spitzweg
“Intelectualismo”: aquilo que está ligado à origem do conhecimento, que pode acontecer pelo pensamento e pela experiência. É um misto entre racionalismo e empirismo. “Racionalidade”: tornar reflexivo, empregando o raciocínio, ou estabelecer relação entre algo por meio de uma operação mental.
Não tenho aqui a menor pretensão de abordar qualquer os conceitos de qualquer doutrina, mas sim de realizar uma rápida proposta de reflexão sobre seu significado em nossas vidas. Sabemos da importância que a aquisição de conhecimento tem na vida do homem, abrindo-lhe um caminho que poderá conduzir quem sabe à sabedoria. Mas o fato da aquisição do conhecimento não nos garante qualquer tipo de avanço, nem mesmo em relação a nós mesmos, se não soubermos utilizá-lo de forma adequada. A capacidade de raciocinar, de pensar, de elaborar algum elemento novo, ou até mesmo de transformar algum elemento existente, é que dá significado ao conhecimento adquirido. Mas para que este significado se torne algo realmente valoroso, é preciso que a racionalidade esteja associada sempre ao sentimento, dando sentido humano a estes significados. É assim que ocorrem as verdadeiras conquistas do humanismo. O racionalismo levado ao excesso, a razão sem o sentimento, podem ser até mesmo frios e implacáveis.
A sociedade atual não carece de informação nem de conhecimento, mas talvez lhe falte a condição, e não a capacidade, de associá-la ao sentimento. Se temos a capacidade de realizar essa relação entre conhecimento e sentimento, por qual motivo isto não faz parte do nosso modo de agir e de pensar? Acredito que o homem se perdeu nesta caminhada desenfreada em busca do conhecimento em virtude de alguns valores que predominaram e ainda predominam na nossa educação, onde somos instigados a evoluir cada vez mais, gerando conhecimento a partir do conhecimento adquirido numa escala continuamente crescente. Com isto, não nos damos a condição de refletir, de utilizar o pensamento para associar o conhecimento adquirido ao sentimento e a tudo aquilo que dá significado à vida. É óbvio que o conhecimento possibilitou uma melhor qualidade de vida para as pessoas, no campo do materialismo, mas também é indiscutível que para uma quantidade maior do que essas, levou o desamparo, a miséria e a ausência de um horizonte em que depositar suas esperanças.
Talvez o homem não tenha percebido que em determinados momentos deveria parar, refletir e ajustar os passos de sua caminhada. O principal valor do conhecimento não é gerar novos conhecimentos, mas sim trazer significado à vida das pessoas, agregar conquistas ao humanismo, transformar-se em mais um elemento rumo à sabedoria. Mas cometendo os mesmos erros através dos séculos, continuamos o nosso aprendizado, o nosso caminho rumo à sabedoria, deparando-nos sempre com obstáculos que são inerentes à natureza humana. Mas é preciso ter fé de que a cada passo tenhamos aprendido com nossa própria trajetória, com nossos erros, despertando nossa consciência.
 
Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês!
 
Frase pulsante da semana: "Conhecimento auxilia por fora, mas só o amor socorre por dentro. Conhecimento vem, mas a sabedoria tarda." (Albert Einstein)
 
Até segunda-feira que vem!
 
Cérebro Que Pulsa
 

2 comentários:

  1. Parabéns por este texto... embora não seja grande novidade por aqui ler reflexões bem pensadas, este demarcou-se. está muito rico e muito verdadeiro... Adoreim mesmo. Obrigado pela partilha...

    beijo amigo

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  2. Daniel,
    Agradecemos pelas palavras e seja sempre bem-vindo aqui no Cérebro Que Pulsa.
    Uma ótima semana para você!

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