domingo, 30 de março de 2014

Uma Boa Conversa

Aquarela - Janicce Ebeling
 Por: Janicce Ebeling

Quando se trata de “tempo” é costumeiro ouvir e dizer, que é a mercadoria mais preciosa deste mundo.  A questão é: ficou rotineiro colocar a culpa e as faltas de organização e controle. Quando somos cobrados a gente logo se defende, sobre a nossa falta de tempo. Tudo e todos usam essa forma de diálogo estamos acostumados a isso. 
Mas será que essa desculpa não terá um fim mais justo? Hoje em dia usa-se a justificativa do tempo para tudo: para defesas, explicações, valorizações de nossos atos, julgamos também o tempo que damos ou o tempo que nos é prestado. Existe um descarte pela vida por falta deste tempo. Joga-se fora e compra-se outro. Os relacionamentos estão mais descartáveis não se dá mais uma chance de melhora e conhecimento. A troca virou rotina banalizada.
Será mesmo que precisamos viver neste vento norte sempre a espreita de deslizes alucinantes? A correria atrás do dinheiro ou de algo que necessitamos faz com que a vida pareça ser mais veloz do que realmente é.
Por falta de tempo, corremos dos outros e até de nós mesmos. Aqueles que conseguem levar uma vida mais tranquila por muitos são os transgressores desse vai e vem o tempo. O diálogo do momento é: Não ter tempo e me parece que é a maioria. Será que é algo ultra moderno a exposição de quanto corremos o tempo todo? Como o vento que nos envolve, é difícil evitar.
As vezes acho que seria muito bom: O Ócio, até mesmo dar um tempo na internet na TV, no celular, não nos importar tanto com algo que não nos acrescenta nada, e sim: respirar profundamente, ou prestar mais atenção a aqueles que não fazem parte de nossos afetos pois esses sempre acabam de alguma maneira a nos fazer refletir sobre algo.
Talvez assim poderemos nos compreender: qual o tempo de cada um.
Pois como dizem os versos de Quintana: “A vida é um dever que trouxemos para fazer em casa”.
E então começaremos uma boa conversa.
Que não seja... a falta de tempo.

Enfim... Coisas que passam...que compartilho com vocês.

Frase Pulsante da Semana: “A chave do sucesso na vida, é o conhecimento do valor das coisas”.

Até segunda-feira que vem.
Cérebro Que Pulsa.

domingo, 23 de março de 2014

A busca e os caminhos...

Entrega do Decálogo - de Antônio Coelho de Figueiredo
Por Rafael Ebeling

A verdade é que vivemos numa verdadeira dicotomia, onde se de um lado se confundem a certeza e a esperança, de outro confundem-se o pessimismo e a precaução. O fato é que no momento nada nos sinaliza claramente para onde estamos indo; diria que não sabemos se estamos indo ou se estamos sendo levados.
Mas a história mostra que a humanidade, desde os tempos mais remotos, sempre viveu em conflitos desta natureza. A natureza do homem diante dos desafios que lhe são postos na vida o conduz a trilhar caminhos diversos. E é exatamente nesta diversidade de caminhos que trilhamos que surgem os conflitos; estes conflitos podem nos levar ao enfrentamento e até mesmo à destruição, como também podem nos levar ao crescimento e à evolução: trata-se de uma escolha, que desafia nossa capacidade desenvolvida.
Um dos elementos que potencializa o surgimento destes conflitos é a “diferença de bagagem” que carregamos conosco; há diferenças nas experiências vividas pelas pessoas, nos sentimentos que cultivamos, nos valores morais e éticos que defendemos, no modo como enxergamos o mundo e próprio homem, nas diferenças culturais dos povos
É fato que evoluímos durante os séculos que se passaram; se a barbárie ainda está presente em muitas situações que ocorrem atualmente, no passado sua presença era ainda mais expressiva. Mas, considerando as oportunidades de evolução e progresso que vivemos durante os séculos, não seria de se esperar que a barbárie tivesse sumido nos dias de hoje? Será que a sua existência não está relacionada a uma certa tolerância que ainda cultivamos a determinados comportamentos?
A questão é polêmica, mas acredito que é preciso ter esperança de que em algum momento tomemos consciência de que tudo que vivemos é uma oportunidade; até mesmo os conflitos podem servir para o crescimento da humanidade. Mas para que isso ocorra, é preciso fazermos diferente aquilo que durante séculos estamos fazendo da mesma forma; estamos nos movimentando cada vez mais rapidamente, mas continuamos seguindo em uma direção sem que ela tenha sido escolhida de forma consciente e coerente, simplesmente seguimos o rumo, sem nos questionarmos sobre onde nos levará.
Para saber o caminho e direção a seguir, primeiramente é preciso saber o que se quer, depois é preciso saber a que cada caminho nos conduzirá e finalmente fazer a escolha. Enquanto isto, seguimos nossa caminhada...

Enfim...coisa que passam...que compartilho com vocês.

Frase pulsante da semana: “Em toda escolha, há perdas. Eu escolhi e perdi muito. A capacidade de escolha que mantém consciente é a mesma que, às vezes, fere minha própria consciência”. (Augusto Cury)

Até segunda-feira que vem!

Cérebro Que Pulsa

domingo, 16 de março de 2014

Dores do Mundo

Botero
Vivemos em...
Uma época de resignação, rotina e talvez alarme.
Prevemos que o mundo vai melhorar, tememos que ele piore.
Existimos em meio a inacreditavelmente ricos e a uma pobreza paralisante.
Conduzimos nossas vidas em paz e somos cercados pela violência.
Os ricos, em condomínios espaçosos, preocupam-se em manter seus carros esportivos sem arranhões.
Os pobres, em guetos imundos, sonham com água limpa, enquanto os refugiados das infindas guerras civis, com quatro paredes e um teto.
Russel Jacoby

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.


Frase pulsante da semana: “Valorize acima de tudo o amor que você recebe. Ele continuará a existir muito depois do seu ouro e da sua saúde terem acabado. “ (Boldelaire)

Até a segunda-feira que vem...


Cérebro que Pulsa

sábado, 8 de março de 2014

Progresso e Coerência

É indiscutível a importância da interação do homem com os seus semelhantes e com a natureza para uma adequada compreensão do mundo e da vida. Se ao longo dos anos foram elaborados códigos que determinam as regras que o homem deve seguir para uma convivência equilibrada em sociedade, respeitando sempre a existência do seu semelhante, também é verdade que sempre estiveram estabelecidas as regras que determinam o relacionamento do homem com a natureza.
Tanto nos ensinamentos filosóficos quanto nas civilizações antigas, a importância da relação do homem com a natureza esteve presente.
No entanto, ao longo dos tempos, na busca contínua de uma “vida melhor” o homem andou à margem destes ensinamentos, preocupado em obter conquistas que lhe permitissem uma vida mais longa, com maior conforto e segurança, uma vida com maiores possibilidades de interação com quem quer que fosse e onde quer que estivesse. E foi com o auxílio da tecnologia que o homem conseguiu realizar praticamente todas estas conquistas.
No entanto, apesar de que estas conquistas tenham modificado a vida de muitas pessoas, muitas destas conquistas ou foram baseadas na busca de benefícios individuais ou resultaram na individualização. Não quero aqui desmerecer as inúmeras conquistas que mudaram para melhor a vida de tantas pessoas, inclusive a minha, mas sim ponderar que esta busca nos levou a abandonar o questionamento do que realmente importa, para quem importa e qual o seu efeito para a relação entre o homem e seu semelhante e com a natureza.
Se houve conquistas na área da saúde, também é verdade que antes mesmo de levar os benefícios destas conquistas aos menos favorecidos se iniciou nova busca por novas descobertas. E neste ciclo o homem busca a sua perfeição antes de estender os benefícios das conquistas já realizadas.
Se houve conquistas que propiciam ao homem uma vida mais longa, mais confortável e com maior segurança, também é verdade que com elas surgiram novos problemas que fizeram com que o homem se isolasse mais em seu próprio mundo.
Se houve conquistas que permitiram ao homem comunicar-se a qualquer tempo todo com qualquer pessoa no mundo, também é verdade que estas conquistas afastaram o homem do convívio com as pessoas mais próximas, dos problemas que afetam a sua vida real.
Vamos pensar e repensar em como algumas destas conquistas afetaram nossa relação com a natureza e com as pessoas? Talvez inúmeros problemas para os quais necessitamos de soluções sequer existiriam se a nossa busca por melhores condições de vida levasse em conta a forma como impactariam nossas vidas e assim fossem estabelecidas algumas regras para a sua utilização. Quando falo de regras, me refiro a consciência por parte das pessoas, sem a necessidade de caráter legal.
Para finalizar, chamou-me a atenção uma frase que dizia “A vida a um clique de você”. Será que precisamos de um clique para termos a vida? Será que “a vida a um clique” não é um símbolo da busca de algo que já havíamos conquistado?

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.

Frase pulsante da semana: “Todos podem ver as táticas de minhas conquistas, mas poucos conseguem discernir a estratégia que gerou as vitórias”. (Sun Tzu)

segunda-feira, 3 de março de 2014

Para Relembrar Outra Vez...

O mito da caverna é um dos textos mais lidos no mundo. A história nos diz que alguns homens ficaram presos no interior de uma caverna onde estavam voltados para o fundo. Então ali eles contemplavam um fecho de luz que refletia sombras para o fundo da parede.
Este seria o mundo deles. Se contentavam com sombras. Um certo dia um dos habitantes desta caverna resolve sair e voltar-se para o lado de fora e logo ficou cego por alguns instantes devido a claridade da luz. E aos poucos começou a vislumbrar outras coisas, que então na caverna não havia essa percepção. Começou a perceber as cores, imagens reais, a natureza, outros modos de vida. O habitante cheio de emoções volta para a caverna e começa narrar o que havia visto lá fora. Mas os que ficaram na caverna não acreditaram, e revoltados com a mentira que pensavam que fosse o mataram.
Platão com isso queria dizer que muitas são as cavernas em que estamos envolvidos e acreditamos e pensamos ser aquela a realidade absoluta.
Existem muitas coisas para se entender e serem vistas no mundo, coisas para serem pensadas, realizadas, experimentadas. Mas as vezes preferimos ficar só na imaginação sem averiguar o possível. É muito comodo a repetição de informações e dogmas que todos praticam e falam. A maioria nem pensa da prática de certos atos.
Mas até quando alguns escolherão o fundo da caverna?

Será que existe uma pré-disposição ao engano ou a um cansaço generalizado ou puro comodismo para a vida.

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.

Frase Pulsante da Semana:
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma de nosso corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo de travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos." (F. Pessoa).

Até segunda-feira que vem.


Cérebro Que Pulsa.