domingo, 8 de dezembro de 2013

Regras e Harmonia

O Rapto da Harmonia - Rosana Urbes
Hoje o tema a ser abordado aqui é “regras”; para que existem e para que servem. É consenso que todos nós, ao longo de nossa existência tivemos que ajustar nosso comportamento em razão de regras que nos foram colocadas e, muitas dessas vezes protestamos contra as limitações por elas impostas. Desde nossa infância temos nossa conduta moldada pela existência de regras, que representam limites, conveniências, medos, direcionamento e até mesmo proteção.

Sem dúvida que teríamos uma sociedade caótica se não houvessem regras comuns a todos os que convivem em determinado círculo social, pois sem regras tudo estaria entregue ao bom senso das pessoas. E o que menos vemos em nossos círculos sociais é o “bom senso”, portanto acho que de minha parte vai uma saudação à existência de regras. Uma relação harmônica baseada no bom senso é um desafio enorme nos tempos atuais, onde a competição, o ter e a necessidade de estar sempre superando aos outros predomina. Como ter bom senso em um ambiente de tamanha competição e individualismo?

Mesmo em um ambiente democrático, faz-se necessária a existência de regras; não aquelas que proíbem e limitam tudo, mas regras que guiam a forma de conduta das pessoas, levando em consideração sempre o conjunto da sociedade. Lembro as palavras de minha esposa que sabiamente diz: “mesmo a pessoa que vive isolada necessita de regras”. Este é um pensamento desafiador, pois apesar de numa análise inicial ser possível entender que a pessoa na sua individualidade não necessite de regras, se nos aprofundarmos e refletirmos sobre isto, veremos que até mesmo aquele que vive isolado necessita sim de determinadas regras. São estas regras que servirão de orientação para o seu modo de se comportar, que por sua vez determinará o que e como ele será.
Reconhecemos que hoje existe uma confusão entre o que é ser democrático, flexível, companheirismo e o que é ausência total de regras. Aqui entramos numa questão polêmica, pois entendo que também faz parte deste cenário a supervalorização do direito das pessoas, sem reflexo nos deveres. O fato de valorizarmos os direitos das pessoas é positivo, mas quando é um comportamento para todos; quando valorizamos direitos sem assumirmos em contrapartida que nossos deveres também aumentam, estamos trilhando um caminho que fatalmente nos levará à “flexibilização” de regras, que terão que ser respeitadas somente pelos outros.
Enfim, é preciso muita atenção na nossa conduta, seja em família ou sociedade, pois em um simples gesto, com a melhor das intenções, podemos estar sinalizando a possibilidade de que regras podem ser desrespeitadas, contribuindo de forma negativa para a obtenção de um ambiente harmonioso em que o bom senso predomine. É preciso regras para conduzir a razão.

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.


Frase pulsante da semana: “Que é maioria? A maioria é tolice. O bom senso sempre tem sido de poucos. Convém pesar os votos e não conta-los”. (Friedich Schiller)

Um comentário:

  1. É quase impossível viver só quando convém. Regras existem para nos dizer que existe o outro.
    J.

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