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O Rapto da Harmonia - Rosana Urbes |
Hoje o tema a ser abordado aqui é
“regras”; para que existem e para que servem. É consenso que todos nós, ao
longo de nossa existência tivemos que ajustar nosso comportamento em razão de
regras que nos foram colocadas e, muitas dessas vezes protestamos contra as
limitações por elas impostas. Desde nossa infância temos nossa conduta moldada
pela existência de regras, que representam limites, conveniências, medos,
direcionamento e até mesmo proteção.
Sem dúvida que teríamos uma
sociedade caótica se não houvessem regras comuns a todos os que convivem em
determinado círculo social, pois sem regras tudo estaria entregue ao bom senso
das pessoas. E o que menos vemos em nossos círculos sociais é o “bom senso”,
portanto acho que de minha parte vai uma saudação à existência de regras. Uma
relação harmônica baseada no bom senso é um desafio enorme nos tempos atuais,
onde a competição, o ter e a necessidade de estar sempre superando aos outros predomina.
Como ter bom senso em um ambiente de tamanha competição e individualismo?
Mesmo em um ambiente democrático,
faz-se necessária a existência de regras; não aquelas que proíbem e limitam
tudo, mas regras que guiam a forma de conduta das pessoas, levando em
consideração sempre o conjunto da sociedade. Lembro as palavras de minha esposa
que sabiamente diz: “mesmo a pessoa que vive isolada necessita de regras”. Este
é um pensamento desafiador, pois apesar de numa análise inicial ser possível
entender que a pessoa na sua individualidade não necessite de regras, se nos
aprofundarmos e refletirmos sobre isto, veremos que até mesmo aquele que vive
isolado necessita sim de determinadas regras. São estas regras que servirão de orientação
para o seu modo de se comportar, que por sua vez determinará o que e como ele
será.
Reconhecemos que hoje existe uma
confusão entre o que é ser democrático, flexível, companheirismo e o que é
ausência total de regras. Aqui entramos numa questão polêmica, pois entendo que
também faz parte deste cenário a supervalorização do direito das pessoas, sem
reflexo nos deveres. O fato de valorizarmos os direitos das pessoas é positivo,
mas quando é um comportamento para todos; quando valorizamos direitos sem
assumirmos em contrapartida que nossos deveres também aumentam, estamos
trilhando um caminho que fatalmente nos levará à “flexibilização” de regras,
que terão que ser respeitadas somente pelos outros.
Enfim, é preciso muita atenção na
nossa conduta, seja em família ou sociedade, pois em um simples gesto, com a
melhor das intenções, podemos estar sinalizando a possibilidade de que regras
podem ser desrespeitadas, contribuindo de forma negativa para a obtenção de um
ambiente harmonioso em que o bom senso predomine. É preciso regras para
conduzir a razão.
Enfim...coisas que passam...que
compartilho com vocês.
Frase pulsante da semana: “Que é
maioria? A maioria é tolice. O bom senso sempre tem sido de poucos. Convém
pesar os votos e não conta-los”. (Friedich Schiller)
É quase impossível viver só quando convém. Regras existem para nos dizer que existe o outro.
ResponderExcluirJ.