domingo, 4 de agosto de 2013

Assistindo a um debate onde alguns renomados consultores do mundo corporativo, autores de best-sellers sobre os modos comportamentais dos “vencedores e sobreviventes” do mundo atual, deparei-me com uma frase que me chamou atenção: “em no máximo cinco anos, o conhecimento humano será duplicado a cada 73 horas”.
A prática e assimilação destes “mantras” nas grandes corporações passará a afetar a vida de milhões de pessoas, passando a implementar um ritmo de vida cada vez mais frenético e alucinado. O que assusta é que trata-se de uma tese totalmente sem sentido, pois não resiste aos mais básicos questionamentos sobre sua consistência. Aqui percebemos que informação é considerada como sinônimo de conhecimento, quando são coisas totalmente distintas. Mas é mais um fenômeno que o avanço tecnológico propicia, quantidade de informação ilimitada disponível em qualquer lugar a qualquer momento.
O que se percebe atualmente é a dependência das pessoas em relação à disponibilidade de informação, deixando de lado o tradicional “gerar conhecimento”. O comodismo ganhou mais uma ferramenta, tornando-se dispensável o pensar para gerar conhecimento, pois o mesmo é substituído pela informação do conhecimento adquirido e disponibilizado por outro. Facilidade? Parece que sim, mas a tendência é que isso nos leve a um empobrecimento intelectual gradativo cada vez mais acelerado, pois estamos substituindo o pensar pelo “apanhe na estante”.

Fiquei pensando como a escrita possuiu um papel importante na história e evolução da humanidade, pois em outros tempos era por meio dela que o conhecimento adquirido por alguém viajava no tempo, pois não havia outra forma de registrar o que se conhecia, além é claro da tradicional herança cultural.
A escrita é sem dúvida uma forma de transmissão mais complexa, exige uma maior consistência entre os elementos que dispõe para se tornar compreensível. Talvez tenha sido exatamente esta característica que tenha possibilitado que o conhecimento gerasse sempre mais conhecimento, pois era necessário compreender o que se recebia. Se a difusão pela escrita é mais lenta, talvez seja ela quem forneça ao interessado o tempo necessário para pensar a respeito das informações que está recebendo e permita-lhe criar, adaptar e inovar de forma racional.
Enfim, precisamos de pressa ou de qualidade? De que vale um conjunto infinito de informações por segundo se isto não nos dá tempo para discernimento de como tornarmos a informação útil? Enquanto jovens se preocupam cada vez mais em acumular “informações” e permanecerem sem conhecimento, que tipo de ser humano estamos formando? Pessoas vivem cada vez mais vidas virtuais no mundo da internet se afastando da vida real, fechando os olhos para os problemas que fazem parte da vida real.
Por isto, acho que cada um de nós deve parar e pensar sobre o modo de vida que levamos e definir o que realmente importa. Teria Deus nos dado uma vida real para vivermos em um mundo cada vez mais virtual?

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.

Frase pulsante da semana: “Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias”. (Lao-Tsé)

Convidado de Cérebro que  Pulsa

2 comentários:

  1. o grande desafio secular, acompanhar sem se perder, é de elevada complexidade...se perder faz parte, mas é preciso encontrar o rumo que te devolva à estrada

    M.W.

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  2. A competição faz com que tenhamos muitos mais acumulo de informações do que conhecimento. Isso realmente só vem a afetar toda a qualidade do que realmente aprendemos e a importância de tudo isso.

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