segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Arte E Filosofia: Elocubrações Do Pensamento

                                  Mondrian                                                                          Por Rafael E.
Na tentativa de fundamentar a Teoria do Conhecimento, Descartes utiliza o argumento do Cogito, amparado no princípio da Dúvida. No seu estudo, ele rejeita e descarta os sentidos externo e interno como fundamentos do conhecimento, valendo-se dos argumetos do "erro dos sentidos" e do "sonho". Ou seja uma sensação, mesmo real, pode não corresponder á verdade, pois existe a possibilidade de sermos induzidos pelos nossos desejos ou até mesmo por falhas no sentido. Com isto, refuta totalmente á tese de Aristóteles, de que a sensação é fundamento para o conhecimento. Porém, considera Descartes que na busca do conhecimento, mesmo que haja a falha dos sentidos, o fato é que existiu o pensamento. Com isto, mostra que é necessário intuir o pensamento e a existência de uma forma unificada, logo, o sujeito é uma necessidade do pensamento. Mas meus objetivos aqui não é questionar os estudos e conceitos destes grandes pensadores. Valho-me dos argumentos acima para tentar compreender que o homem, por natureza, está sempre em busca de novos conhecimentos: o pensamento também é uma necessidade do sujeito. No entanto, está busca nem sempre está relacionada com a verdade, pois como as sensações, impressões e sentidos sempre estão presentes em nossos pensamentos, existe a constante possibilidade do pensamento  não produzir conhecimento.
A partir deste conceito, me permiti ingressar na análise do mundo da Arte: penso que praticamente todas as obras existentes, independente da época e movimento aos quais pertencem, são uma forma de manifestação para  expor o conhecimento. No entanto, a ausência de sentidos e sensações, bem como a falta de um sentido verdadeiro, podem transformar diversas obras em apenas uma manifestação do pensamento; este está ligado apenas ao sujeito, no caso o artista; já o conhecimento, nasce do pensamento do Artista, mas torna-se um elemento do saber, e portanto transcende ao ato da criação da obra.
Talvez esses dilemas da filosofia possa nos ajudar a compreender certos fatos, como por exemplo, o ocorrido em São Paulo, quando a partir de uma denúncia popular, os órgãos responsáveis pela manutenção e conservação das vias públicas providenciaram a retirada de uma "Obra de Arte" das ruas da cidade: tratáva-se de um veiculo velho, em precário estado de conservação, com plantas brotando do seu interior - uma suposta instalação que, na visão daquele artista, era uma manifestação cultural denunciando algo ao expectador. Se um destes expectadores solicitou ao órgão público á retirada de "LIXO", constatámos que a percepção e sentidos diferem da pessoa para pessoa, mesmo diante de um mesmo fato - diria que o pensamento expressado pelo artista não se transformou em conhecimento, pois as percepções do Artísta não foram verdadeiras para o expectador.
Poderia isso explicar a crescente quantidade de "Obras" incompreensíveis que surgem no mundo da Arte atualmente? Decorre a aceitação destas obras de uma aproximação de percepções dos Artístas e expectadores?
Ou a Arte está vivendo em um cansaço desorientado;  misturado com uma infantilização?
 
Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.
 
Frase Pulsante da Semana: "Belo é tudo quanto agrada desinteressadamente". (Kant)
 
Até Segunda-feira que vem.
 
Colaborador do Cérebro Que Pulsa.
 
 
 
 
 

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