domingo, 14 de setembro de 2014

Respeito e Equilíbrio

Claude Monet
Desde os tempos mais remotos, o equilíbrio da natureza e do planeta sempre foi um desafio ao convívio das espécies e da sua própria sobrevivência. Lembro-me de uma frase que ouvia há muitos anos dizendo que “a natureza transforma o caçador na caça em questão de segundos”.  Sabemos que as relações entre as espécies não se resumem a esta questão de caça e caçador, pois há uma infinidade de exemplos onde a colaboração entre as espécies favorece ambas. Estes exemplos podem ser encontrados tanto nas relações entre as plantas quanto entre os animais. Apesar das relações predatórias, a natureza sempre conseguiu encontrou o ponto de equilíbrio, com as plantas e animais se adaptando, evoluindo e se transformando, mas sempre mantendo a engrenagem funcionando.

No entanto, dentre todas espécies, surgiu uma com uma capacidade diferenciada, que a princípio deveria favorecer à permanência deste equilíbrio: o homem. Eis que o humano, com sua capacidade de pensar, de raciocinar, pensou que poderia colaborar com a fantástica engrenagem da natureza, interferindo naquilo que em seu entendimento estivesse desajustado. Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. Infelizmente, até hoje a humanidade não aprendeu a viver em equilíbrio, com paz e justiça entre os homens, sendo que somos o maior predador da espécie humana. A morte é parte desse mecanismo que mantém o equilíbrio de qualquer espécie, mas a morte dentro do que são considerados fatores naturais. O que é inaceitável para uma espécie que possui a capacidade de raciocinar é que exista morte por fome, quando há alimento suficiente, que alguns morram por falta de assistência enquanto outros ficam a “rasgar dinheiro”, que alguém morra porque o outro que está ao seu lado não seja capaz de lhe estender a mão.
O que poderíamos esperar desta espécie em relação à natureza, quando internamente não existe o bom senso e o equilíbrio? A natureza, com plantas, animais, rios e suas riquezas foram vistas pelo homem como um lugar de onde “extrair” o que lhe fosse necessário e conveniente. É estranho, mas real, que milhões de jovens atualmente nunca estiveram em frente a uma lagoa, nunca subiram em uma árvore e nunca apanharam um fruto do galho de alguma árvore.  Os rios são o mais triste exemplo de como tratamos a natureza, aniquilando aquilo que é fundamental para a nossa própria sobrevivência. É aceitável que determinada espécie animal extermine outra espécie animal devido a uma relação naturalmente predatória, pois neles não existe a capacidade de raciocinar.
Parece-me que faltamos às lições que a natureza poderia nos ensinar; parece que não nos preocupamos em observar como a engrenagem da natureza funcionava, para aprender a interferi somente no que não comprometesse o seu equilíbrio. Na verdade, não deveríamos interferir, mas sim nos relacionar mantendo o equilíbrio.
Na vida sempre é tempo de retomarmos o caminho, de repensarmos os valores, as relações e os objetivos. Sempre é tempo de questionar, de avaliar e de decidir se continuamos em frente ou se temos que tomar novo rumo. Quem sabe com as mudanças que vivenciamos atualmente sejamos capazes de compreender a nossa relação com a natureza e inclusive entre nós mesmos e começar a escrever uma nova relação?!

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.

Frase pulsante da semana: "Frase Pulsante da Semana: “Se temos de esperar, que seja para colhermos a semente boa que lançamos hoje no solo da vida. Se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos, de solidariedade e de amizade!” (Cora Coralina)

Até a próxima segunda-feira!

Cérebro Que Pulsa

10 comentários:

  1. Terminou sua postagem com uma bela citação. É preciso saber o que semear, para colher bons frutos.
    O homem passou a interferir na natureza porque descobriu que dela poderia obter muitos benefícios. Não daqueles que poderiam auxiliar a humanidade, mas no campo pessoal.Pensou apenas em si mesmo e assim continua agindo, ignorando os inúmeros avisos que dela recebemos, principalmente o de que é indispensável à nossa sobrevivência. Bjs.

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    1. Marilene,
      A tendência é a busca do benefício apenas, sem lembrar que para que a planta dê frutos é preciso cuidar bem dela, que para sermos amados é preciso primeiro.
      Bom final de semana!

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  2. Todos os dias aparecem catástrofes que poderíam de alguma forma serem evitadas.
    A natureza tem suas leis, e o retorno é mais rápido do que a dos homens.
    É triste que a maioria dos projetos só existam com a perda.
    Janicce. E.

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    1. Muitas vezes é necessário que algo exterior desperte a nossa consciência. Mas de nada adianta despertar a consciência se não assimilarmos e internalizarmos o significado.
      Obrigado pela visita e um ótimo final de semana!

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  3. A pintura ilustra bem o tema, e as palavras são sempre denunciadoras! Precisamos do maior respeito por nós mesmos e pela natureza, o nosso ecossistema natural sem o qual é impossível viver...

    beijo amigo

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    1. Daniel,
      Realmente precisamos cuidar melhor de nossa própria casa, pois na verdade todo o mais são apenas quinquilharias que juntamos na vida.
      Um abraço e um belo final de semana!

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  4. ~ ~ Muito se tem feito nas escolas do mundo civilizado, no sentido de educar e incentivar o respeito pelo equilíbrio da Natureza!
    ~ ~ O ensino, no que concerne à transmissão de valores ecológicos, tem sido transversal a todas as faixas etárias e níveis de ensino.
    ~ ~ Felizmente, já se nota o esforço envidado por todos os mestres conscenciosos, apesar de continuar a existirem muitos atropelos provocados pela ambição desmedida.

    ~ ~ Sorrir com sinceridade, amizade e solidariedade, é uma lição de vida que descobri por mim e pratico há muito tempo. Sinto-me amplamente compensada com a retribuição.

    ~ ~ ~ Parabéns pela brilhante dissertação. ~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~

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    1. ~ ~ Sou grande apreciadora da obra de C. Monet. mas esta representação parece-me muito estranha...

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    2. Majo,
      Sábias palavras as suas. O segredo da vida está exatamente na compreensão de que, independente da situação que se apresente, temos que sorrir, agir com gentileza e cultivar a amizade e respeito. A recompensa é um sentimento que vem de dentro de nós mesmos, pelo valor e respeito que damos aos outros.
      Quanto à representação da ponte japonesa de Monet, os impressionistas sempre costumavam se "auto plagiar", se é que posso usar este termo. Monet, que era um apaixonado por jardins pintou a ponte japonesa por diversas vezes, sempre com uma nova impressão.

      Um abraço, é sempre bem vinda a sua visita neste espaço. Um belo final de semana!

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  5. Aluisio,
    As suas palavras resumem a necessidade de inspirarmos uns aos outros, de despertarmos a esperança, e continuarmos assim nesta persistente jornada pela felicidade.
    Um abraço e bom final de semana!

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