segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Os Poucos Carregam o Mundo Nas Costas

- por Rafael Ebeling

É fato indiscutível que alguns poucos homens são melhores que a maioria, como nos demonstra claramente a história. O próprio termo “aristocracia” significa, a grosso modo, o governo dos virtuosos. Lembremo-nos que, em grego antigo, a palavra “Arete” significa virtude (força).
Já em Platão e Aristóteles, a questão dos melhores aparece de modo claro. Na “República” a escola deveria selecionar os melhores para cuidar da cidade, e Aristóteles no seu livro “Ética a Nicômaco” fala na “grande alma” como o homem mais virtuoso e capaz, a partir do qual os outro vivem. E assim foi ao longo dos tempos, onde os melhores lideraram e os medianos e medíocres os seguiram. A democracia tenta corrigir algumas nuances da “Aristocracia”, que impunha frequentemente o melhor pelo fato de ser “bem nascido”. Neste aspecto, a democracia traz o mantra da “igualdade”, onde todos possuam as mesmas oportunidades.



No entanto, o que vemos atualmente, talvez em decorrência da negação da sensibilidade democrática em reconhecer que nem todos são capazes de desenvolver um caráter forte, e de que a minoria tende à covardia, à fraqueza e à acomodação, é a imposição e defesa do medíocre.
Obviamente todos devem ter oportunidades, de acordo com as virtudes que apresentam, mas isto não pode se transformar no discurso de que “todos possuem a mesma capacidade e podem as mesmas coisas”. Este discurso é ingênuo e nos leva a nivelar por baixo o campo das virtudes, limitando a própria sociedade de uma condição melhor.
Já no movimento renascentista Maquiavel afirmava que alguns homens têm virtude, enquanto que a maioria não; Maquiavel considerava virtude uma qualidade do caráter que faz alguns homens mais fortes e capazes de resolver problemas e enfrentar dificuldades colocadas pelo dia a dia; isto aplica-se tanto no campo político quanto no campo da sociologia.
"A igualdade pela igualdade" não é algo inteligente, pois leva à mediocridade que identificamos atualmente na cultura, artes, ensino e política. É impossível progredir sem que alguma virtude se sobressaia e faça com que outros sigam o caminho delineado. Devemos entender a "igualdade pela oportunidade", mas que a partir desta oportunidade a virtude seja o fator preponderante, pois o fato de que alguns homens são melhores que a maioria é simplesmente uma lei da natureza e portanto deve ser respeitada.

Enfim...coisas que penso...que compartilho com vocês

Frase da semana: "A diferença entre uma ditadura e a democracia consiste em que numa democracia se pode votar antes de obedecer as ordens." - Charles Bukowski

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