Laços

A Dança - Matisse  

Um dia saindo do elevador meu vizinho me fez essa pergunta: O que você acha de laços pendurados na parede como mostra artística? 

Depois que alguns mais chegados descobriram no meu prédio que trabalho com Arte, volta e meia alguém me questiona sobre algo relacionado ao assunto. Moro entre museus e centros culturais, então sempre há alguém nos trazendo fatos novos ou querendo puxar assunto. Talvez isso nos dias em que vivemos seja até um previlégio, pessoas querendo simplesmente conversar.

Mas seis horas da manhã o que iria dizer, depois de uma noite de muito calor e ataques aéreos de mosquitos. Meu cérebro ainda não tinha acordado. Estava sem opiniões e muito menos idéias. A única saída que tive no momento, foi dar um sorriso e desejar um bom dia.
As vezes a forma que sorrimos diz muito sobre nossa comunicação, em algumas situações. Talvez quando nos encontrassemos em outra ocasião, ja teria uma opinião para uma nova conversa.

Passaram-se alguns dias; quando folheando a minha agenda tive vontade de escrever isto para vocês:

Meu Deus! Como é engraçado

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço.

Uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não embola - vira, revira, circula e pronto

Está dado o laço

É assim que é o abraço(...)

Ah! então é assim o amor, a amizade, tudo o que é sentimento

Como um pedaço de fita

Enrosca, segura um pouquinho mas não pode-se desfazer a qualquer hora,

Deixando livre as duas pontas do laço

Por isso é que se diz: Laço afetivo, Laço de amizade

E quando alguém briga então se diz: Romperam-se os laços

Então o amor, a amizade são isso

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam

Porque quando vira nó

Deixou de ser laço.

E a pergunta do meu vizinho afinal! Laços como mostra artística?

Prefiro que meu cérebro pulse com esta bela poesia de Mário Quintana.

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês

Frase pulsante da semana: "O pensamento é escravo da vida, e a vida é o bobo do tempo"

                                                                                                                         (Shakespeare)

Até segunda-feira que vem

Cérebro Que Pulsa.