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Claude Monet |
Desde os tempos mais remotos, o equilíbrio da natureza e do planeta sempre foi um
desafio ao convívio das espécies e da sua própria sobrevivência. Lembro-me de
uma frase que ouvia há muitos anos dizendo que “a natureza transforma o caçador
na caça em questão de segundos”. Sabemos
que as relações entre as espécies não se resumem a esta questão de caça e
caçador, pois há uma infinidade de exemplos onde a colaboração entre as
espécies favorece ambas. Estes exemplos podem ser encontrados tanto nas relações
entre as plantas quanto entre os animais. Apesar das relações predatórias, a
natureza sempre conseguiu encontrou o ponto de equilíbrio, com as plantas e
animais se adaptando, evoluindo e se transformando, mas sempre mantendo a
engrenagem funcionando.
No
entanto, dentre todas espécies, surgiu uma com uma capacidade diferenciada, que
a princípio deveria favorecer à permanência deste equilíbrio: o homem. Eis que
o humano, com sua capacidade de pensar, de raciocinar, pensou que poderia
colaborar com a fantástica engrenagem da natureza, interferindo naquilo que em
seu entendimento estivesse desajustado. Mas não foi bem assim que as coisas
aconteceram. Infelizmente, até hoje a humanidade não aprendeu a viver em
equilíbrio, com paz e justiça entre os homens, sendo que somos o maior predador
da espécie humana. A morte é parte desse mecanismo que mantém o equilíbrio de
qualquer espécie, mas a morte dentro do que são considerados fatores naturais. O
que é inaceitável para uma espécie que possui a capacidade de raciocinar é que
exista morte por fome, quando há alimento suficiente, que alguns morram por
falta de assistência enquanto outros ficam a “rasgar dinheiro”, que alguém
morra porque o outro que está ao seu lado não seja capaz de lhe estender a mão.
O
que poderíamos esperar desta espécie em relação à natureza, quando internamente
não existe o bom senso e o equilíbrio? A natureza, com plantas, animais, rios e
suas riquezas foram vistas pelo homem como um lugar de onde “extrair” o que lhe
fosse necessário e conveniente. É estranho, mas real, que milhões de jovens
atualmente nunca estiveram em frente a uma lagoa, nunca subiram em uma árvore e
nunca apanharam um fruto do galho de alguma árvore. Os rios são o mais triste exemplo de como
tratamos a natureza, aniquilando aquilo que é fundamental para a nossa própria
sobrevivência. É aceitável que determinada espécie animal extermine outra
espécie animal devido a uma relação naturalmente predatória, pois neles não
existe a capacidade de raciocinar.
Parece-me
que faltamos às lições que a natureza poderia nos ensinar; parece que não nos
preocupamos em observar como a engrenagem da natureza funcionava, para aprender
a interferi somente no que não comprometesse o seu equilíbrio. Na verdade, não
deveríamos interferir, mas sim nos relacionar mantendo o equilíbrio.
Na
vida sempre é tempo de retomarmos o caminho, de repensarmos os valores, as
relações e os objetivos. Sempre é tempo de questionar, de avaliar e de decidir
se continuamos em frente ou se temos que tomar novo rumo. Quem sabe com as
mudanças que vivenciamos atualmente sejamos capazes de compreender a nossa
relação com a natureza e inclusive entre nós mesmos e começar a escrever uma
nova relação?!
Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.
Frase pulsante da semana: "Frase
Pulsante da Semana: “Se temos de esperar, que seja para colhermos a semente boa
que lançamos hoje no solo da vida. Se for para semear, então que seja para
produzir milhões de sorrisos, de solidariedade e de amizade!” (Cora Coralina)
Até a próxima segunda-feira!
Cérebro Que Pulsa