J. Ebeling |
Por: Janicce Ebeling
Nesta
semana que passou estive em vários pontos da cidade considerados vilas ou
periferias. Quanto mais subia esses morros participava então da vida da
comunidade. Muitas crianças pessoas nas ruas mas também em muitos becos a
infraestrutura relativamente boa. A sopa de pedra que acometeu muitos ficou
para trás. A vida muda para todos.
Com
o país em crescimento e várias bolsas ofertadas o nível de sobrevivência da
população ficou melhor. Percorrendo ruelas estreitas, chão batido avistei na
maioria das casas tvs modernas muitas dessas ocupando quase toda a parede.
Também observei com muita frequência carros por lá estacionados e muitos até de
alto valor no mercado como outros meios de locomoção. O ir e vir facilitou,
todos tem o que quiser ao seu alcance.
Ainda
em uma escola-creche da comunidade uma professora com especialização em
psicologia teve o rosto quase desfigurado por uma mãe de aluno.
Essa
professora foi brutalmente atacada por essa mãe e outra mulher, sendo que tinha
mais outra pessoa dando cobertura. O motivo do ataque foi que a mãe não gostou
do assunto a ser abordado: era sobre seu filho, que estava indo muito sujo para
sala de aula causando desconforto nos coleguinhas.
Os
relatos que obtive é que é bem frequente professores apanharem ou serem jurados
de morte exercendo suas atividades na periferia. Juras essas, por coisas
banais. A maioria não dá parte por medo, vergonha e acabam sendo encostados
pelo SUS e param de trabalhar.
Moral
da história: Apesar de o nível financeiro ter aumentado para todos, não basta ter bolsas famílias, cursos técnicos, graduações ofertadas se o indivíduo
ainda trata as pessoas sejam lá quem forem com uma selvageria desmedida,
palavrões e jargões terríveis como isso fosse normal, parece letra de funks
ruins que não acrescentam nada sendo posto em pratica todos os dias.
Para
aqueles que opinam que não dá para generalizar ou que é tudo relativo
sem demagogia, dar aulas em grandes centros não é a mesma coisa que dar aula em
periferias.
Não
dá apenas para ensinar ganhar o pão. A educação no país urgentemente tem que
rever o calendário das importâncias. E acrescentar mais uma matéria para o
ciclo do indivíduo nos meios educacionais. Quando falo ciclo me refiro do
maternal até o doutorado. Matéria de boas maneiras e como tratar o outro com
ênfase no saber ouvir e interpretar. Assim estaríamos abordando todos os
níveis e classes. Com certeza para muitos que estão lendo este artigo pensarão: que seria a família a dar o suporte necessário. Também concordo mas não é o
que ocorre e faz muito tempo.
Talvez
com essa prática nas escolas parte do rosto da professora educadora não fosse
desfigurado - caso grave. Pasmem! a pena para a mãe sera uma cesta básica.
Não estou defendendo prisão. Só acho que deveria existir outras possibilidades
como ajudar na comunidade ou ter algum método que realmente possa gerir uma
grande mudança.
E
a televisão...que ocupa uma parede inteira. O que será que os olhos veem e o
cérebro absorve?
Não
basta só adquirir bens e ter autonomia, e não ter respeito por ninguém.
Há
muitos que levantam a bandeira da pobreza só quando lhe convém. E o pior é que
nossos políticos ensinam essa prática há muitos anos. Citar pobreza no Brasil é
algo bem corriqueiro, e justifica os maiores absurdos e desatinos sem ao menos
saber se essas regiões realmente ainda vivem em estado precário.
Há precariedade existe as conveniências também.
Há precariedade existe as conveniências também.
Enfim...Coisas
que passam. Que Compartilho Com Vocês.
Frase
Pulsante Da Semana: "A educação é um processo social é desenvolvimento.
Não é a preparação para a vida é a própria vida". (J. Dewey)
Até
Domingo que vem.
CérebroQuePulsa.
Em todas as escolas os professores se sujeitam a humilhações, eis que os pais preferem atribuir a eles o dever de educar que está sob sua responsabilidade. Os alunos não mais respeitam os mestres, eis que não aprendem a conviver e a admitir seus erros. Para os pais, estão sempre certos, razão de muitas divergências entre eles e os professores. E o Brasil falha, drasticamente, nessa área. Bjs.
ResponderExcluirOi Marilene é complicado; mas infelizmente as tuas palavras estão certas.
ExcluirÉ essa a realidade que temos.
Abraços
janicce
Infelizmente parece que as pessoas não são capazes de reconhecer e valorizar as ações humanitárias e de socialização que lhes são dirigidas, acreditando que não é mais do que obrigação da sociedade para com eles; a ignorância é o maior mal que pode acometer uma sociedade, dando espaço para que manifestações brutais e irracionais ocorram como se fossem naturais. Será que o bom ânimo dos que atuam para uma sociedade mais equilibrada resistirá a tudo isto? Por quanto tempo? Melhor repensar os valores...
ResponderExcluirÓtimo texto. Parabéns!
Oi Rafael tbm não sei.
ExcluirObrigada por estar por aqui.
janicce
Para estabelecer um pouco mais de equilíbrio em qualquer tipo de relação é preciso que ambas compreendam onde estão situadas no contexto; o receber não é humilhação e o dar não é favor. É uma questão difícil, pois cada um entende o mundo a partir de sua realidade. Assim aqueles que ainda guardam resquícios da época medieval desperdiçam a oportunidade de evoluírem por pura ignorância das leis da natureza e das leis sociais.
ResponderExcluirPierre Dalvaein
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOi Pierre desculpe! não sei o que aconteceu removi meu próprio comentário por descuido.
ExcluirMas tinha dito que: a compreensão a partir de cada realidade é bem interessante não é? colocas-tes bem daria um novo post.
abraços
janicce.
Quero informar as minhas gentis comentadoras e simpáticos comentadores que, contra o que me é habitual, irei responder a todos os comentários aqui neste espaço, a partir do post anterior.
ResponderExcluirPeço por isso o favor, a quem me comentou lá, o favor de ir ver a minha resposta/agradecimento. A primeira a quem responderei será a Maria, do blog A PRÓXIMA CURVA.
Obs. Veja o meu último post, do dia 05/06.
Um beijo do Miguel
Bom... não entendi.
ExcluirMas. abraços para ti tbm.
janicce.
~
ResponderExcluir~ Querida Janicce, como é oportuna a tua postagem!
~ É evidente que a falta de educação é mais vulgar em meios socio económicos mais desfavorecidos, por carência de formação, mas não se verifica apenas nesses meios.
~ Nós temos uma disciplina denominada Desenvolvimento Pessoal e Social que, infelizmente, é muito descurada nas escolas, tanto pelos educadores, como pelos alunos. É considerada de somenos importância porque, pasme-se, não é avaliada, não contribui para médias.
~ Continuamos com falhas graves no que concerne à formação em valores éticos, bom relacionamento social e cidadania.
~ O país ficou estupefato-- nas últimas eleições para o parlamento europeu, só tivemos 30% de votantes!
~ Tudo é uma questão de educação e não devemos poupar esforços, por um lado para colaborar, por outro, para denunciar situações e necessidades. A opinião de quem é testemunha é muito importante, mesmo a nível blogosférico.
~ Deixo-te uma sugestão-- o título de uma postagem deve ser escolhido com muito cuidado e conter o seu assunto essencial para mais fácilmente ser selecionado por quem anda à procura de informação sobre essa matéria. Até pode ser pessoal dos meios mediáticos.
~ ~ ~ Que nunca te falte entusiasmo e coragem para ires lançando as tuas sementes e a tua luz, por onde passas.
~ ~ ~ ~ ~ Abraço solidário e muito amigo. ~ ~ ~ ~ ~
Oi Majo essa disciplina desse ser bem interessante acho que é algo assim que a educação por aqui precisa urgentemente! Mas cuidada seriamente por nossos educadores. Por aqui tbm as disciplinas que humanizam não valem nota então os alunos nem se interessam.
ExcluirSobre os títulos das postagens concordo contigo até pensei algumas vezes sobre isso. Mas vai de encontro o porque da criação do blog e a minha vida particular.
Geralmente quem lê o cérebro são pessoas já com uma certa idade e amigos que falam pessoalmente comigo e pessoas amigas de outros estados que preferem usar o e-mails só esse ano que comecei a visitar outros blogs porque não tinha interesse na sua divulgação em larga escala. Talvez fosse até uma bobagem minha.
Morei muitos anos na Capital Federal onde tudo acontece e fiz muita militância por algo que considerava justo; o golpe acabou faz tempo, mas pessoas por aqui ainda somem..
Mesmo sendo essa blogosfera... não falo o que eu gostaría de fato. Só as vezes e brandamente.
Pra mim a democracia tbm é de conveniências.
Abraços.
Olá
ResponderExcluirPenso,
até talvez de maneira utópica,
que o objetivo da educação
seria ensinar o homem
a cuidar do outro,
e não competir
com o outro,
num ritmo que faz a vida
perder o seu sentido
e o seu sabor.
São belas
as palavras
que nos acariciam
o coração...
Obrigado por semear o belo
em um mundo tão carente
de sentimentos bons.
Olá
ResponderExcluirPenso,
até talvez de maneira utópica,
que o objetivo da educação
seria ensinar o homem
a cuidar do outro,
e não competir
com o outro,
num ritmo que faz a vida
perder o seu sentido
e o seu sabor.
São belas
as palavras
que nos acariciam
o coração...
Obrigado por semear o belo
em um mundo tão carente
de sentimentos bons.
Oi Aluísio belas palavras.
ExcluirObrigada pela visita.
janicce.
O dinheiro, inicialmente não dá boas maneiras ou hábitos de higiene. Mas, com o tempo, as coisas vão mudando.
ResponderExcluirUm magnífico post. gostei.
Tem uma boa semana, querida amiga Janicce.
Beijo.
Texto lúcido e oportuno, Janicce, com o qual eu só posso concordar. Infelizmente é a nossa realidade e a partir dela é que devemos agir.
ResponderExcluirAbraço,
Jussara - minasdemim