domingo, 18 de maio de 2014

Um por um, todos por todos

A escolha do tema da postagem desta semana me veio ã mente a partir de muitos diálogos que ao longo dos tempos mantive com a pessoa mais importante na minha vida, a quem amo por tudo que representa: Obrigado, meu amor!
Todo ser humano busca incessantemente aquilo que lhe trará a felicidade, a sensação de realização, o sentimento de amor e que realize seus sonhos. Em alguns momentos a intensidade e determinação são maiores, em outros, fatigado pela busca incessante perdemos momentaneamente um pouco desta intensidade, mas estamos sempre em busca destes objetivos. Onde encontra-los? Para cada um de nós eles podem estar em lugares distintos, de acordo com nossos valores, nossa cultura e nossa inserção no conceito de sociedade.
O fato é que ao longo da história, de forma cada vez mais intensa, esta busca foi relacionada a uma condicionante materialista, onde o possuir e o poder transformaram-se numa determinante de sucesso na busca dos nossos objetivos. Esta visão colocou o modo de vida moderno em choque com um dos principais valores históricos na construção de qualquer sociedade: a moral. A ausência da capacidade de lidarmos com os valores do materialismo sem abandono dos valores morais transformou a forma de relacionamento nas sociedades. O “eu” passou a estar em primeiro lugar e, de forma abominável rasgou todos os ensinamentos e valores que durante séculos garantiram a sobrevivência das mais diversas formas sociais. O problema nesta questão do “eu” na sociedade atual é que não se trata de uma prioridade em determinadas questões ou momentos, mas sim de preterir o todo em qualquer situação – uma espécie de cegueira cultural que o materialismo trouxe.
Como já mencionei em postagens anteriores, acredito que o progresso é necessário e fundamental para que o próprio homem evolua ao longo dos tempos e crie mecanismos que o ajudem a se adaptar a estes novos cenários. No entanto, o materialismo não conseguiu fazer com que o homem percebesse que esse progresso deve ser um dos fatores para a busca do equilíbrio na sociedade e não para nos tornar cada vez mais distantes. É admissível que tantas pessoas morram sem o devido tratamento quando a cada dia se investem milhões em laboratórios de pesquisas? É admissível que em grandes cidades, onde toneladas de alimentos vão para o lixo diariamente, pessoas morram de fome? Admissível não é, mas compreensível é; basta abrir os olhos, olhar por cima do seu celular ou do seu tablete e observar o mundo ao seu redor. Observar e perceber, se é que ainda temos a capacidade de fazê-lo. Nunca tantas pessoas estiveram tão próximas e tão distantes ao mesmo tempo.
E aqui, quando caberia à moral e ao ser inteligente de alguma forma atuar para aproximar as pessoas, aproximar as ideias, aproximar os ideais, devolver a humanidade à sociedade, novamente vem o materialismo ocupar a lacuna criando meios de aproximar as pessoas através do distanciamento; coloca todos no mesmo universo, mas onde os problemas e dificuldades podem ser deixadas de lados, onde vivemos sem viver, onde nos relacionamos sem nos expormos. Qual será a capacidade dos filhos deste mundo em gerir uma sociedade real, onde os problemas existem, onde as soluções para alguns dependem do sacrifício de outros, onde sempre será necessário compreender que somos parte de uma engrenagem e que precisamos estar em sintonia, onde são fundamentais valores morais.

Enfim...coisas que passam...que compartilho com vocês.

Frases Pulsantes da Semana:
“Onde me devo abster da moral, é onde deixo de ter poder!” (Johann Goethe)

“A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade!” (Immanuel Kant)

Até segunda-feira que vem.

Cérebro Que Pulsa 

14 comentários:

  1. Na vida, o encantamento pelas novos caminhos que se apresentam para nós deve ser pensado com prudência, pois nas mais diversas das vezes pode nos afastar do nosso destino. As descobertas da ciência não são culpadas por isto, mas sim o mau uso dessas possibilidades. Bom texto e felicitações pela inspiração: é das pessoas que amamos, em seus acertos e seus erros, que advém o aprendizado da humanidade.
    Pierre Delvaein

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    1. Pierre, realmente é preciso conter as ações meramente impulsivas em determinadas situações, para evitar caminhos indesejados.
      Abraço!

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  2. Muito bom seu texto.
    Obrigada pela visita no meu blog.

    http://vidanadaperene.blogspot.com

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  3. Muito bom texto; mas não é nada fácil no meio desse turbilhão de vozes
    ter um foco na moral e na ética.
    Até porque o convívio de certa forma contamina.
    O certo é não perder o foco nunca.
    janicce.

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  4. ~ Muito oportuna e meritória a sua postagem.
    ~ As pessoas ensinam os filhos a não roubar, a não mentir e outros princípios éticos fundamentais, mas se lhes falam de moral, fogem a correr, como se se tratasse de qualquer coisa provinciana ou totalmente fora de moda.

    ~ "Todos por Todos."
    ~ De fato, as pessoas vivem muito isoladas, em Portugal mais do que no Brasil, seria ótimo reuni-las em projetos culturais, comunitários ou assistênciais.

    ~ ~ ~ Muitíssimas felicidades para si e para o seu amor. ~ ~ ~

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    1. Viver isolado, apesar dos sacrifícios, me parece mais fácil do que a difícil missão de viver em sociedade e ter a paciência para se tornar um elemento de socialização.

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    2. ~ Mas o mais fácil, quase sempre, não é o mais compensador e realizante.
      ~ A propósito, o vosso blogue parece que está a ficar doente, não deixem morrer o vosso projeto.~

      ~ ~ ~ Abraço. ~ ~ ~

      Ps ~ Desejei-lhe felicidades, talvez tivesse sido oportuno agradecer.

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  5. São abordados vários temas aqui, e gostei da abordagem feita!
    Há sempre que repensar, parar, reflectir e reorientar para onde vamos como um todo...

    :)

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    1. Daniel, sua observação é pertinente, pois devemos realmente estar atentos para ter certeza de que continuamos no rumo certo.
      Um abraço!

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  6. A sociedade tende cada vez mais a fazer tábua rasa da moral.
    A falta de escrúpulos e a imoralidade estão mais ou menos generalizadas e instalaram-se no poder político, que perdeu a vergonha por completo.
    Excelente texto, gostei imenso da tua abordagem ao tema.
    Tem um bom fim de semana, querida amiga Janicce.
    Beijo.

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  7. Rafael, peço desculpa de ter comentado pensando que o texto era da autoria da Janicce...
    Mas o que disse acerca do texto não se altera, porque é mesmo muito bom.
    Um abraço.

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    1. Nilson, agradecemos sua visita, que é sempre bem vinda.Abraços!

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  8. Gostei muito de suas crônicas sobre temas variados, interessantes e atuais como este de ética/moral, tão em falta neste nosso Brasil. E as ilustrações são belíssimas! Agradeço a sua visita ao meu blog e vou deixar a minha carinha para acompanhar o seu. Abraços.

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    1. Olá João agradeço a visita; este post quem escreveu foi o Rafael,
      Até o próximo que será escrito por mim.
      abraços
      janicce.

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